domingo, 10 de abril de 2011

Fora desassossego! Coisas para uma mochila em tempos difíceis...

























Nosso amigo e mestre orquidófilo, Glauco Batalha, fala do desassossego, esta sensação que fica no ar, que encontramos no que lemos, ouvimos e vemos. Somos bombardeados com mensagens como: não deixe de comprar, você não pode perder, a violência aumenta em... Tá certo, o momento não colabora muito ou quase nada! São notícias ruins do Japão, códigos florestais sendo alterados, usinas inundando florestas amazônicas e por aí vai.

Pensando no que Mestre Glauco diz, fico feliz em poder respirar, oxigenar; seja andando, correndo, abrindo a porta de manhã, aquele primeiro ar é tão bom! As matas estão cheirosas também, são lírios do brejo, damas da noite, andemos à noite.

Bater papo com amigos... Tem uns, que só sorrindo, nos sossegam. Quando é bom o papo, é irregular, pode ser frenético ou ter longas pausas, pode até não ter palavras ou vinho.

Beber água... Tão preciosa! Água, água, inodora, insípida e incolor, mas com som, alguns instrumentos que tocamos imitam o som das águas, você já ouviu algum? É incrível, mas podemos beber água! Valorizamos ouro, diamantes, petróleo, falamos até em nadar em dinheiro, mas para beber, água, Isso sossega!

Olhar chuva, uma fogueira ou o mar, isso sossega. Vamos reagir ao desassossego!

Outro mestre, o compositor Adoniram Barbosa, num programa apresentado por Elis Regina, propôs que ela, a “Pimentinha”, lhe perguntasse o que eles faziam no Bexiga, o famoso bairro paulistano: -Então, Adoniram, onde vocês ficavam? - A gente ficava ali no Bexiga... Agora Elis, pergunta o que a gente fazia lá. -Então, Adoniram, o que vocês faziam lá? -Nada...


Humor sossega! Vamos reagir? Vamos! É certo que o mundo, com todo ser que dele depende, passa por um momento especial, todos os fatos e dados científicos apontam para isso. Aliás, alguns cientistas explicam que o tão apavorante “fim do mundo do calendário Maia”, decorre da consciência que este povo tinha, de que o mundo passa por ciclos naturais, com grandes ajustes ambientais, os egípcios e outras civilizações também tinham esta consciência. A diferença? Nossa civilização. Estamos acelerando e piorando as coisas, juntamos a um ciclo natural, uma crise ética, moral, ambições, sonhos de consumo desnecessários, desrespeito às crianças, idosos, professores, colegas... Vamos precisar de todo mundo, um mais um, é muito mais que dois, diz Beto Guedes, o compositor. Que tal começamos a nos preparar para momentos difíceis, mas não fazendo apologia ao desassossego. Abrir a porta de manhã, agradecendo aquele primeiro ar fresco e desejando ao mundo um bom dia.

É tão bom!

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