Em uma aula, no período da manhã com alunos do nono ano, todos entre treze e quatorze anos, abordei o tema "cultura" e os desafiei a definir o termo.
Os comentários foram diversos e percebi que o tema os incomodava em tempos de informação rápida, vasta e em grande parte superficial.
Coisas como:-É coisa de velho, é estudar o que não interessa, é aquilo que meu pai "me enche" dizendo que devo ter ou ainda conhecer coisas desnecessárias.
Vi que teria de mudar a abordagem para não perder a oportunidade, o momento onde acontece o milagre da educação e percebi que a fome da manhã se fazia presente, o intervalo daqui a pouco, o lanche!
Dei a entender que estava mudando de assunto e falei de ovos, mais precisamente, de ovos fritos. Quem gostava de ovos fritos? Quase todos. Quem sabia fazê-los?
Aí começaram as receitas: Simples com óleo.-Não melhor na frigideira anti-aderente, com azeite, mexidos, omelete, a receita que minha vó me ensinou, na manteiga.
Todos falavam de suas receitas de ovos fritos, as que desenvolveram e as que aprenderam com os pais.
Bom queridos alunos, existem várias formas de fritar ovos, uma é melhor que a outra, depende do gosto de cada um, varia conforme a fome. É a cultura, com seus processos dinâmicos, coisas antigas e substâncias que garantirão nossa existência no amanhã.
Nossa grande escritora Adélia Prado escreveu: "Não quero faca nem queijo. Quero é fome..."
E agora pergunto: Quem sabe fazer pipoca?