domingo, 31 de julho de 2016

Precisamos da criação de centro especializado no atendimento de animais silvestres, apoiamos integralmente a causa de Dr, Jefferson Leite!

Os problemas ambientais de nossa região tem se intensificado nos últimos tempos. Queimadas, desmatamentos, crescimento urbano avançando sobre áreas florestais,animais domésticos predando espécimes silvestres, entre outros problemas que tem levado a situações como a de hoje. Uma fêmea de gato-do-mato-pequeno (Leopardus gatullus), com dois filhotes, foram atacados por cães e infelizmente um dos gatinhos não pode ser levado por sua mãe. O caso aconteceu em Guararema e foi atendido pelo pessoal da ONG Guaranature, representado pelo amigo Marcos Grangeiro. O filhote foi recolhido e está agora sob cuidados, até ser encaminhado para um Centro de reabilitação em SP. Reitero aqui a necessidade de criação um CETAS em Mogi.#‎SOSFaunaSilvestreMogi‬



sexta-feira, 22 de julho de 2016

Semeando felicidade, colhendo Felicidade! um preâmbulo para a sustentabilidade. Por Paulo Nobre, cientista brasileiro.

Semeando felicidade, colhendo Felicidade!
um preâmbulo para a sustentabilidade.
Texto baseado em conversa inspiradora do 2o Encontro pela Sustentabilidade, Casa do Marquês, Piracicaba, em 14 de abril de 2016.

Existem coisas que somente podemos alcançar em conjunto. Sustentabilidade é uma delas, que nos leva a pensar em longevidade e esta, em saúde e paz, em felicidade.


Antigas civilizações atravessaram maiores e menores desafios, penúrias e sofrimentos, guerras e fome... mas também períodos de paz e de crescimento material e espiritual. As crises e avanços de nossos antepassados tinham início, meio e fim neles mesmos, sem contudo ameaçar o destino de civilizações futuras...
As mudanças climáticas globais, as inequidades sociais, a grande crise ambiental global representam grandes desafios, dentre os maiores já enfrentados pela humanidade. Diferentemente de crises pretéritas, contudo, estas ameaçam a existência da presente e futuras gerações. Em resumo, representam manifestações da crise civilizatória global que vivemos.
Mas se buscamos as causas das inequidades sociais globais e das mudanças climáticas, então devemos iniciar a procura no âmago de cada um de nós; no seio da sociedade, marcada pela absoluta falta de amor em suas relações de produção e trabalho. Uma sociedade, o conjunto de todos nós, que diligentemente constrói um futuro que não deseja.
Demos um passo atrás e olhemos o conjunto da obra de nossas vidas e daquelas de nossos antepassados; também imaginemos o resumo das obras daqueles que ainda virão. E então perguntemos:
Qual o propósito de nosso existir?
Busquemos uma resposta não trivial. Observemos a natureza ao nosso redor. Na ausência da atuação humana o ambiente natural irradia pujança e harmonia em seus muitos ciclos. As cadeias alimentares se interligam e, através de processos de competição-cooperação as espécies se aprimoram em evolução contínua.
Há, na evolução, um propósito.
Voltemos então nosso olhar para a espécie humana. Dotada de capacidade notável de raciocínio, esta cresceu e desenvolveu artefatos incríveis, conquanto bastante rudimentares quando comparados à “tecnologia” dos processos naturais; do voar de um inseto aos elaboradíssimos processos de fotossíntese numa folha; das marés à atividade celular em nossos organismos; para não citar a extraordinária viagem cósmica do conjunto de planetas em torno do Sol em sua trajetória pela Via Láctea... e desta pelo Cosmos!
Agora retornemos a este auditório em Piracicaba, preocupados que estamos com a sustentabilidade de nossas ações, de nossa sociedade. E novamente enunciamos o que nos motiva para a ação: sustentabilidade para a longevidade, para a saúde e a paz, a felicidade.
De maneira a encontrarmos alguma forma que conduza à almejada paz e à felicidade, que individualmente buscamos mas que no conjunto da sociedade mais e mais nos distanciamos; voltemos nosso olhar ao propósito das coisas.
A Natureza conta com métodos eficazes para dar “propósito” para elementos que por uma razão ou por outra se tornaram “sem propósito”: se tornam o antepasto de outras espécies de plantas ou animais; o que lhes dá propósito!
Na Natureza, nada há sem propósito ou função.
Para pensarmos no propósito da participação humana no ecossistema terrestre, precisamos antes compreender o que somos, no que nos especializamos. Genomicamente, nos diferenciamos de um animal de desenvolvimento superior, como o chipanzé, em não mais de um por cento! Nossa diferença fundamental para todos os demais seres na Terra não reside no corpo, mas no espírito.
A condição humana se dá pela natureza do espírito encarnado.
Esta espiritualidade humana, referida desde há muito em filosofias orientais e ocidentais, dá sentido e propósito ao nosso convívio no grande tear ecossistêmico da Terra através do enobrecimento de tudo que empreendemos. Enobrecer significa contribuir com nossas escolhas para a saúde e a felicidade de tudo e de todos que nos cercam; numa palavra: AMOR.
Amor em todas as manifestações de nossas vidas individuais e em sociedade – que nos leva a honrar a nossa ancestralidade pretérita e futura – no que atuamos.
Trago aqui um exemplo de ação extraordinariamente simples e ao mesmo tempo de grande significado para a sustentabilidadefelicidade. Concebida pela ONG Guaranature em Guararema, SP, cápsulas de argila com três sementes de flores (figura ) são distribuídas aos muitos ciclistas e andarilhos que visitam o município semanalmente. A estes, é solicitado que lancem as cápsulas de argila-sementes ao longo de seus caminhos e trilhas. Como resultado desta ação solidária, individual e plural, com o tempo o município estará coberto por flores, que atraem libélulas, que se alimentam das larvas de mosquitos... transmissores da dengue.


Assim, a ação conjunta de alguns se torna a de muitos, que perpassadas pelo impulso alegre de ajudar formam células vivas de saúde e felicidade em nossa combalida humanidade.
Semeando felicidade, colhendo Felicidade!
Paulo Nobre
24 de abril de 2016