segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Crise da Água, entendendo gota por gota.

Na entrada da oficina de um sábio homem, havia uma placa com os dizeres: Não se preocupe se ocupe.
Vamos aqui tentar entender melhor  as causas de tão séria crise hídrica ou simplesmente falta d’água que é realmente assustadora. Lagos secos, filetes de água onde havia ribeirões, represas secando, rodízios e por aí vai.
Sempre dissemos que a Amazônia é o pulmão do mundo, mas mais do que isso ela, a maior floresta tropical do planeta, é mais um motor, uma bomba (bomba biótica) que suga toda a umidade do Oceano Atlântico e do gigantesco aquífero Alter do Chão e lança esta umidade em forma de vapor na atmosfera, formando os rios voadores que abastecem a região sudeste e sul de chuvas.
Para que tenhamos uma ideia mais clara, o rio Amazonas lança 17 trilhões de litros d’água no Oceano Atlântico por dia, já a evaporação  amazônica formadora do rio aéreo, lança 20 trilhões de litros por dia na atmosfera!
E qual a razão da falta destes trilhões de litros por aqui? O desmatamento do sul da Amazônia, Mato Grosso, Pará. Este nefasto desmatamento criou algo como uma bolha de calor que impede que o rio aéreo chegue até nós, retendo a umidade no Acre, Bolívia, enfim, lá temos chuvas torrenciais e aqui nada.
Aqui no Sudeste, não percebíamos o mal cuidado com nossos recursos hídricos, pois sempre fomos abastecidos por essa maravilhosa “bomba biótica”! Hoje percebemos que cada mata ciliar, aquela em torno dos cursos d’água, suprimida, cada plantio de eucalipto fora de rígidas técnicas, está nos levando a uma situação perigosa.
O eucalipto tem uma raiz pivotante, ou seja, um pivô que tem em tamanho sob a terra, o mesmo tamanho que vemos acima do solo. Quando podado, sua raiz continua a ter contato com o lençol freático e continuando a crescer, chega a ultrapassar este lençol e rebaixá-lo, para ele tudo bem, mas para a Mata Atlântica e suas águas...
Doutor Antonio Donato Nobre, pesquisador do Inpe avisa:- "Não adianta só o desmatamento zero, mas é urgente a recuperação da floresta". 
Temos que plantar, plantar, recuperar nascentes e plantar.


Ocupar-se em ações que sabemos  urgentes!


Todos os créditos do infográfico são do Pesquisador Ricardo Hirata/IGC-USP


Um comentário:

  1. aquele chão de terre batida, aquela arvore de folhas caídas, aquele fogo de chama ardida, aquela fumaça que vai de partida, é uma nuvem que flutua sem vida,

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